A Importância da Fraternidade – Parte 1

Eu tenho quase certeza de que você mesma já fez muita pesquisa na Bíblia e na Internet sobre esses assuntos (a maioria de nós), e talvez tenha conversado com algum terapeuta ou conselheiro cristão (a minoria de nós). A sua mente até absorveu algumas informações interessantes sobre tudo que já leu e ouviu, mas por algum motivo a informação não afetou de forma significativa a sua sexualidade pessoal, seja você casada ou solteira. Como toda essa informação adquirida transforma nossas vidas na prática?

Um dos motivos pelo qual a informação parece que ‘não desce’ é porque queremos encontrar respostas e aplicá-las em nossas vidas isoladas de outras pessoas. Então, nessa jornada solitária o nosso processo fica capenga. Eu tenho a informação, mas não consigo caminhar de forma saudável porque tá faltando algo. E o que é que tá faltando? Vamos lá. Se uma pessoa que você ama te conta que está muito doente, como você reage? Você chora, fica triste, angustiada e começa a mandar zap para meio mundo, procurando o melhor médico, o remédio mais barato, o tratamento mais eficiente. A igreja se mobiliza em oração, clamor e jejum. Procuramos grupos de apoio no Facebook e fazemos campanha de doação de sangue. Você sente que sua fé foi desafiada e se dedica além do que imaginava ser capaz para que a saúde física dessa pessoa querida seja restaurada e tudo volte ao normal. Entretanto, quando descobrimos que precisamos de ajuda na restauração da nossa sexualidade, e estou partindo da premissa que todos nós precisamos, sem exceção, por que nos encolhemos? Por que não aplicamos os princípios bíblicos e promessas de Jesus sobre cura, ajuda mútua e responsabilidade pessoal e em grupo? Jesus levou sobre si as nossas dores e pelas suas feridas somos curadas! (Isaías 53: 4,5).

Em Atos 2:42 encontramos princípios que se aplicam até hoje: “Eles se dedicavam ao ensino dos apóstolos e à comunhão, ao partir do pão e às orações.” O contexto dessa passagem é o do início da Igreja de Cristo na terra. Ainda precisamos nos dedicar ao ensino dos apóstolos, pois o ensino distorcido traz danos terríveis, nos deixa doentes e destrói a fé genuína. Porém, não podemos parar no ensino. Precisamos da comunhão, do partir do pão e das orações. E temos vivido essas práticas, umas comunidades mais que outras, em outras áreas de nossa vida. A gente troca receitas culinárias, dicas de pais, fazemos cursos de aperfeiçoamento profissional e ministerial. Encontramos ensino e comunhão para superar as adversidades da vida. Compartilhamos o pão, às vezes um conselho ou nosso tempo, e oramos uns pelos outros. Mas toda a timidez e insegurança que gira em torno da sexualidade nos impede de aplicarmos esses princípios, de conversarmos com Deus e com outras pessoas. Infelizmente, não somos curados e restaurados sozinhos e isolados. É na comunidade e na fraternidade que encontramos a cura (Tiago 5:13-16). Aceitar a ajuda de um profissional treinado e buscar apoio no ministério de família da sua comunidade cristã é muito importante, mas existe uma necessidade urgente de ampliarmos essa rede de apoio para aqueles que comem e oram conosco. Gente comum que geralmente chamamos de amigos, que nos dão apoio de diferentes formas, de acordo com sua capacidade e disponibilidade.

Na semana que vem vou continuar esse assunto trazendo alguns desafios práticos para que essa fraternidade seja possível. Agora, gostaria de te encorajar a fazer duas coisas. Primeiro, converse com Deus sobre isso. Quão consciente você está das suas necessidades nessa área? Você tem orado por isso ou só fala com Deus quando se sente culpada por algum pecado que cometeu? Deus é o maior interessado nesse processo na sua vida. Lembre-se que O Deus que Vê já te encontrou no meio da sua aflição. O segundo exercício é avaliar as amizades mais significativas da sua vida, as pessoas mais próximas de você. Em que pé estão as coisas? A gente já ouviu que “Casamento não vem pronto!”, mas amizades também não. Talvez você precise conversar com seu marido ou amiga. Não precisamos sair correndo, agora, para falar de sexo com todo mundo na igreja e buscarmos ajuda desesperadamente. É tempo de refletir. Tire essa semana para pensar, avaliar, fazer anotações e orar sobre seus relacionamentos mais próximos. Você pode se surpreender com o que Deus vai te mostrar.

Espero que esse blog não seja para você como uma dessas revistas femininas que encontramos em salas de espera e salão de beleza, que folheamos e procuramos a última novidade sobre sexualidade feminina. Quem nunca?!

Nós precisamos dessa vivência de fraternidade. Tenho muitas coisas para dividir com vocês, mas sem essa rede de apoio a informação vai ficar na cabeça e não vai descer para o coração. Nem para o restante do corpo. Vamos nos preparar!

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