O Deus que Vê

Em Gênesis 16 encontramos uma história comovente sobre a graça revelada a uma mulher, Agar, a escrava egípcia que fugiu dos maus tratos de sua senhora hebreia, Sarai. A partir do versículo 7, o Anjo do Senhor tem uma conversa em tanto com Agar e a questiona: “De onde você vem e para onde está indo?”. Claro que ele sabia a resposta, mas Agar, no meio de sua fuga angustiante e solitária não estava pensando direito. Porque quando estamos sofrendo temos mesmo uma certa dificuldade de pensar com clareza, até que alguém nos force a refletir. O Anjo, então, ordena que ela volte para sua dona e seja obediente a ela em tudo. Caramba, não consigo imaginar como o estômago de Agar deve ter revirado nessa hora, ao ouvir algo tão difícil! “Mas onde está a maravilhosa graça nisso aí? Só estou vendo sofrimento e humilhação”, você deve estar remoendo aí. Após a ordem difícil de engolir, Deus revela sua graça a Agar nos versículos 10, 11 e 12. Agar chamaria seu filho de Ismael, pois o Senhor Deus ouviu o seu grito de aflição. O versículo 13 é mais emocionante ainda, pois Agar deu ao Senhor um nome bem carinhoso, “O Deus que Vê”. O texto diz: “Isso porque ele havia falado com ela, e ela havia perguntado a si mesma: “Será verdade que eu vi Aquele que Me Vê?”.

E é isso que acontece quando Deus nos encontra. Ele tomou a iniciativa, ele veio até nós, ele puxou o assunto. Agar nem pediu nada pra Deus.

Tamanha liberdade essa mulher recebeu para falar com Deus e dar um nome a ele. Que intimidade! Deus a encontrou no deserto, perto de uma fonte. E é isso que acontece quando Deus nos encontra. Ele tomou a iniciativa, ele veio até nós, ele puxou o assunto. Agar nem pediu nada pra Deus. Foi ele que fez todas aquelas promessas maravilhosas sobre Ismael. Como Agar poderia resistir à ordem do Senhor de voltar para a casa de sua senhora? Coloque-se no lugar dela. Se não fosse a graça revelada a ela naquele encontro, Agar teria continuado a fugir e poderia ter morrido no deserto e perdido seu filho. Depois dessa experiência maravilhosa de intimidade com Deus, não tinha como resisti-lo, mas apenas submeter-se.

A nossa sexualidade não é irrelevante para Deus, não é um mero detalhe da nossa vida. Todas nós, de um jeito ou de outro, precisamos ser restauradas por Jesus nessa área.

Provavelmente você separou as “questões sexuais” num canto da tua vida, isolado das outras coisas. É aquela área que você não entrega para Jesus porque é particular e privada. Não é da conta de ninguém. Você até glorifica a Deus pela transformação de uma prostituta. Você ora pela conversão do seu filho gay e lamenta profundamente pelos adolescentes que estão começando a vida sexual cada vez mais cedo. Você é tão seguidora de Jesus que aguarda com paciência a libertação do seu marido do vício da pornografia. Você é uma cristã dedicada, mas ninguém se atreva a mexer com a sua sexualidade. Ai de quem! Ai de Jesus! Consequentemente, é você quem decide se vai buscar ajuda e cura por causa de feridas abertas anos atrás. Como mulher independente que você é, também decide se tem relações sexuais, como as têm e quantas vezes faz sexo com o seu marido. Jesus e seu marido não têm o direito de opinar sobre esses assuntos.

Não sei qual tem sido a sua vivência sexual. Talvez nenhum dos exemplos descritos acima se aplicam a você. Mas isso não é relevante porque essa mensagem não é de condenação. Essa é uma mensagem sobre a graça maravilhosa de Deus. Regras morais e condutas sexuais apropriadas não são capazes de nos libertar e nos transformar. Ninguém é salvo pelas obras (Efésios 2:9). Não estou dizendo que não existem condutas sexuais santas que agradam a Deus. Elas estão na Palavra de Deus. Entretanto, o Deus que te vê está te convidando a desfrutar da tua sexualidade pela graça, por meio da fé (Efésios 2:8).

Se você continuar fugindo, com medo do que Jesus possa te pedir para fazer com suas crenças e práticas sexuais, com medo de ser difícil demais de obedecer, você vai perder o maior presente: a maravilhosa graça de Deus! Você não vai desfrutar de um relacionamento íntimo com ele. Agar aceitou essa graça no poço e parou de fugir. Lembre-se que é Deus quem nos capacita a obedecê-lo (Tito 2: 11,12).

O Deus que Vê te encontrou hoje!

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