O que tem pra hoje

Me tornei blogueira na marra. Era uma questão de obediência. Deus já estava me chamando para ministrar na área da sexualidade e eu havia resistido ao chamado por muito tempo. Quando, finalmente, o Espírito Santo me convenceu a depender Dele, e não de mim mesma, eu disse NÃO para minhas desculpas e SIM para o projeto de Deus. Isso foi em outubro de 2017. Mas, logo que comecei o blog, em julho de 2018, me senti sobrecarregada. Novos desafios batiam à minha porta. Havia acabado de descobrir que meu filho de 2 anos poderia estar dentro do espectro autista (TEA), e o chamado à uma maternidade ainda mais comprometida não tinha como ser adiado. Em 2018, também, Deus chamou nossa família para servir numa pequena congregação presbiteriana no Rio de Janeiro, e essa bênção veio com novas responsabilidades. E tudo isso demandava tempo e energia extra. Depois de 5 meses escrevendo regularmente no meu blog, não consegui dar conta do recado, e não consegui mais escrever. Aí, o pecado da comparação mostrou a cara feia dele: “Mas tantas mulheres conseguem fazer bem mais que eu, por que eu não consigo?”. Nesse contexto, tive que me arrepender, desse e de muitos outros pecados escondidos no meu coração. A incapacidade de escrever regularmente foi um instrumento de Deus para continuar me libertando dos meus falsos deuses, ou ídolos do coração. Depois de seis meses sem conseguir terminar meus vários artigos inacabados, Deus me presenteou com um texto. Achei que tudo ia voltar ao normal e que minha meta de um texto por semana seria alcançada novamente. Não, isso não aconteceu. E meu coração parecia que ia explodir, porque Deus estava falando muitas coisas comigo e me ensinando tanto, e eu não conseguia passar esse presente adiante para as minhas leitoras. No meio da minha angústia (Meu coração dói muito por vocês), clamei ao Senhor, e ele me deu uma ideia. Na verdade ele me deu uma ordem. “Quantas vezes vou ter que te lembrar que você precisa escrever todo dia?”. Pois é, há meses Deus havia me falado para escrever todo dia. Mas eu achava que tinha que ser um texto perfeito e eu não tinha tempo, nem energia, muito menos inspiração. Com essa mentalidade, eu não escrevia nada por dias seguidos. Foi, então, que meu espírito foi iluminado e aceitei escrever “no meio da bagunça”. Dentro do ônibus, na porta da escola do meu filho, na sala de espera das terapias. Quando um texto nasce no meio dos afazeres de casa, eu paro tudo e me sento no chão, se for preciso, pra escrever aquele parágrafo antes que eu o esqueça. Muitas vezes o texto fica desengonçado por causa da pressa, mas nada que um ou dois dias de reflexão, oração e revisão não resolva. Às vezes, espero uma semana inteira até encontrar a imagem que completa o que eu escrevi. No final, não tem que ser perfeito; tem que ser obediente. A vida é o meu “escritório”. E foi assim que nasceram as Reflexões que vocês têm lido nos últimos meses.
O que tem pra hoje é conhecer a Deus, e fazê-lo conhecido a partir da minha realidade. E quanto mais eu ministro “através das minhas fraquezas”, e da correria da minha rotina, mais Deus tem me ensinado a me relacionar com ele de forma criativa. Essa semana, por exemplo, me abstive do celular dentro do ônibus só pra saborear a presença de Deus e das pessoas ao meu redor.
Muitas mães se sentem frustradas com o que elas querem fazer num dia, e o que elas conseguem fazer de fato. Muitos escritores também têm um processo de escrita bem criativo e bagunçado como o meu. E quando tudo que a gente faz, maternar, escrever, incluindo comer e beber, é para a glória de Deus, não há motivos pra sofrer tanto com a checklist inacabada, pois Deus quer o meu coração acima das minhas realizações!

2 thoughts on “O que tem pra hoje

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